terça-feira, 1 de dezembro de 2009

DESFILE DE MODA

No site da FashionBubbles tem um texto da Denise Pitta falando sobre desfile de moda, onde ela comenta a importância e o poder que o desfile tem em fascinar os convidados e a imprensa em alguns minutos. Lógico que, para isso acontecer, existe por trás uma grande equipe de organizadores responsáveis pelo desempenho deste espetáculo.

Vasculhando em alguns blogs encontrei esse texto da Nanda Coelho que ela fez no seu tcc. O texto fala desde o surgimento do desfile, até a etapas a serem seguidas para a realização do mesmo.


EVENTO DE DESFILE DE MODA


A idéia do desfile surge na segunda metade do século XIX, dentro do auge da alta-costura, com o costureiro Worth, que foi o primeiro a utilizar manequins vivas para apresentar seus modelos às clientes.
Já no início do século XX, com a indústria de moda ocupando seu espaço no mercado na Europa e nos Estados Unidos, os criadores de moda exibem desfiles para um público selecionado. A popularização dos desfiles aumenta à medida que aumenta o prestígio dos costureiros. Para Braga (2006) o cinema nos anos 30 teve o compromisso de criar novos sonhos e grandes atrizes, muitas vezes consideradas manequins por exercerem também essa função.
Os desfiles da alta-costura eram fechadíssimos, muitas vezes exclusivos para clientes especiais. Com a concorrência entre os costureiros, é adotado por cada um deles um estilo de manequim. E em 1950 surge a divisão entre “manequins de desfile” e “modelos fotográficas”, cada uma priorizando um aspecto.
Em 1980, os desfiles chegam não só com o glamour da época, mas com certa liberdade nas passarelas. Vários estilos estão em evidência e os desfiles são chamados de “shows”, cada vez mais inovadores e muitas vezes chamados de grandes espetáculos. Criadores como Jean-Paul Gaultier, Viviene Westwood, Christian Lacroix, Giorgio Armani entre outros fazem verdadeiros acontecimentos, espetáculos disputadíssimos entre profissionais da moda, personalidades e consumidores.
Em 1990, Linda Evangelista, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford e outras, tornaram-se ícones de moda da época. E no mesmo período, o estilista francês Thierry Mugler, para comemoração de 20 anos da marca e o lançamento do Angel, faz no teatro parisiense “Ópera Comique” o mais caro desfile que já houve em toda a história da moda, na qual inúmeras top-models e personalidades se mesclavam na passarela. Foram gastos 20 milhões de dólares para esse único desfile. Para concluir o espetáculo de moda, um show com Charles Brown.
Em 10 de julho de 1996, Yves Saint Laurent e os modelos de sua coleção outono – inverno 97 foram apresentados no Fashion Live (www.fashionlive.com – site hoje já fora do ar). Saint Laurent causou polêmica permitindo pela primeira vez, a transmissão de um desfile em tempo real. Pouco depois, o austríaco Helmut Lang optou por realizar seu desfile exclusivamente via internet e cancelou a passarela tradicional. Outro sucesso foi o desfile de John Galliano para Dior na estação ferroviária de Austerlitz, em 1998.
Para Braga (2006), a partir de então, o ritual dos desfiles se transforma, passa de chás beneficentes de senhoras ricas e concursos de misses, para shows super profissionais que pretendiam valorizar, agradar e surpreender o público participante.
Os desfiles podem ser comerciais, com peças de roupas usáveis, ou podem ser conceituais com criações inusitadas que representa o significado da coleção e o estilo do criador. A passarela de um desfile é muito mais do que apenas o espaço por onde caminham as modelos - assim como a luz e a trilha sonora, ela serve para expor ao público o clima e o ambiente imaginado pelo estilista para apresentar sua coleção. Assim como as roupas, uma imagem que deve ser bem elaborada e impactante. Alguns criadores optam por uma passarela simples, pretas ou brancas, mas há quem prefira cenários que reforcem a imagem proposta para a coleção.

Tópicos básicos para o desenvolvimento de Projeto de Evento de Moda:


1. Objetivos: Geral - objetivo principal do evento pode ser lançar um estilista, apresentar uma marca, um novo espaço. Específicos - objetivos secundários ao evento.
2. Público-alvo: quem participará / apreciará o evento: empresários, patrocinadores, personalidades na moda, profissionais do ramo, ”formadores de opinião” e público em geral.
3. Estratégicas: para quem será o desfile; quais são as vantagens dos patrocinadores em colaborar com o desfile; qual o espaço do patrocinador na mídia direcionada ao avento; como será a divulgação do desfile; o que o público ganhará assistindo ao espetáculo.
4. Recursos: a) recursos humanos – recepcionistas relações públicas, segurança, fotógrafos, cinegrafista, profissionais do som, profissionais de iluminação e eletricistas, coordenador geral, manequins, camareiras; b) Recursos materiais – araras, cabides, crachás, cartazes de identificação, folders, banners, carta convite, materiais de escritório, equipamentos de som, imagem e outros; c) Recursos físicos - local do evento, sala para escritório do pré-evento com fax, telefone e computador com acesso a internet.
5. Implantação: o acompanhamento das fases do pré-projeto deverá ser feito por meio de cronograma de execução dos trabalhos. O desfile será divulgado através pelos meios de comunicação, enviando carta convite (para os convidados) e a imprensa especializada e confirmando-os. Programa técnico - dia, horário, local, tema a ser desenvolvido na apresentação / desfile, estilista. Cronograma - devem estar listado todas as atividades a serem desenvolvidas antes, durante e depois do desfile, com o nome do responsável pela tarefa e o prazo para a conclusão desta e os pagamentos a serem executados.
6. Acompanhamento e controle: o coordenador geral delegará atividades aos coordenadores de grupo, que tem a função de supervisionar as tarefas, para o bom andamento do trabalho pré-estipulado, assim como verificar os resultados e avaliar o evento.
7. Avaliação: a avaliação será feita pela equipe organizadora (coordenadores e diretor geral), através de análise dos resultados divulgados na imprensa, nos dados das vivências das equipes, através da observação e anotações.
8. Orçamento previsto: listar em forma de quadro, todos os desembolsos e entradas em caixa para viabilizar os compromissos a cumprir.

9. Relação da divisão de tarefas: listar todas as tarefas saídas do projeto e distribuí-las por coordenadores.


10. Conclusão final.


Para Silveira (2004) um evento é o melhor instrumento para criar um desejo na sociedade através da mídia. As marcas que organizam seus eventos, freqüentemente estão mais condicionadas a ditar moda. A moda começa a ser ditada e propagada através dos eventos de moda com apoio da mídia e é a partir principalmente dos desfiles que o “sonho e indústria” da moda trilham seu percurso de sucesso. Os desfiles e eventos de lançamentos aumentam suas proporções e alcance. No Brasil, o Morumbi Fashion (antigo nome da semana de moda de São Paulo) noticiou em sua 7ª edição (julho, 1999), que 53 milhões de pessoas entravam em contato com a moda por meio do evento e de sua divulgação pela mídia. Este é o número que aumenta a cada edição do atual São Paulo Fashion Week.

Para que tudo saia conforme planejado, sem dúvida é preciso longa trajetória de estudos, trabalho sério, dedicação e investigações. Apesar do uso de bibliografia bastante recente, principalmente a brasileira, há poucos registros, livros ou arquivos sobre os eventos de moda.